Turismo cultural e eventos religiosos O turismo cultural, entendido como a vinda de pessoas de fora da comunidade receptora motivadas completamente ou em parte por interesses na oferta histórica, artística, científica ou no estilo de vida, tradições da comunidade, religião, grupo ou instituição (Pires, 2001), desencadeia uma série de bens e serviços nas comunidades receptoras, capaz de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico das mesmas.
A Amazônia, aqui com destaque o Marajó, maior ilha entre rio e mar do planeta, tem em seus atrativos naturais um dos principais motivadores de viagens turísticas, em função da diversidade faunística e florística dessa região, entrecortada por rios e igarapés piscosos, vegetação heterogênea, com destaque à floresta tropical e aos campos naturais pontilhados por fazendas de gado, algumas originadas no Brasil colônia. Todavia, as pesquisas também revelam que a ilha do Marajó possui potencial para outros segmentos, entre eles, o turismo cultural. Inúmeros eventos culturais possuem destaque na Ilha, como é o caso da Festividade de São Sebastião de Cachoeira do Arari, Festival de Verão, entre outros, que provocam grande movimentação de pessoas na cidade.
O desenvolvimento turístico de uma localidade que possui símbolos refletidos na sua cultura material ou imaterial parece delimitar o fator de motivação da demanda por meio de tais recursos. Dos recursos mais relevantes percebe-se uma identificação com tradições, crenças e valores de cada raça, etnia, ou qualquer fator de diferenciação, que corresponda à ideia de alteridade. O que parece chamar a atenção dos turistas é o que o difere do outro. Pelas diferenças buscam-se as diversas identidades alocadas em crenças. A Ilha do Marajó está situada ao norte do Brasil, entre o Estado de Macapá, Oceano Atlântico, Baía do Marajó e Rio Pará. É a maior ilha flúvio-marinha do mundo, com uma área de 49.606 Km², formada por 12 municípios, com uma população de, aproximadamente, 482.285 habitantes (IBGE, 2010), sendo a maior do arquipélago marajoara. O Marajó está dividido naturalmente em duas regiões particulares: a leste, a região dos campos naturais e a oeste, a região da densa floresta tropical, que se estende até sudoeste da ilha. A ilha do Marajó possui destaque especial no Estado, no ponto de vista econômico, natural e turístico.
O Marajó é um dos principais fornecedores de produtos extrativistas, frutíferos, pesqueiros, agrícolas e pecuários para a capital do Estado. Do ponto de vista do turismo, o Marajó, desde a década de 70, passou a receber incentivos do governo estadual para o desenvolvimento da atividade turística na ilha, que tem nas praias (Aranaí, Chipaiá), campos naturais, zonas de florestas primárias e nas fazendas de gado e búfalo, como São Jerônimo, Bom Jesus, Sanjo, Carmo, Mineiro, Pauxis, Ararí, entre outras, a oferta de atrativos naturais, e hoje com a melhor produção de queijo do estado. Esses atrativos são complementados com a riqueza da cultura marajoara, manifestada através de sua gastronomia, danças, músicas, artesanatos, cerâmica, modo de vida e seus eventos festivos e religiosos, que possuem destaque especial no calendário de eventos das cidades do Marajó.